Em meio a tantas perdas, algumas eu não consigo explicar
a falta que me faz.
A notícia do acidente ainda permanece intacta na minha
memória,
Cada detalhe, fragmentos do tempo que o desespero se
alojou em mim.
Parecia uma brincadeira de mau gosto...
Mas, havia uma verdade na voz de quem me contava que
corroía minha esperança de ser “pegadinha”.
Não consegui acreditar e imediatamente liguei pro celular
dele...
Minha voz falhou, meu corpo ficou tremulo assim que ouvi o
policial confirmar toda a história.
Não podia ser verdade. Não queria que fosse. Não aceitava
ouvir aquilo. Precisava ser mentira.
Mas não era.
O chão se abriu na minha frente, as lágrimas lavavam meu
rosto,
Um nó tomava toda a minha garganta, e nenhuma palavra
mais saía da minha boca.
O choro era a única forma de por pra fora todo o
desespero, angustia e indignação daquela fatalidade.
E era a única coisa que eu conseguia fazer.
Aquela barba mal feita,
Aquele sorriso sempre estampado.
Aquela alegria que contagia a todos,
Aquele jeito de que tudo estava bom.
E o que antes fazia as pessoas sorrirem,
Naquele dia, pela primeira vez,
Só havia espaço pra choro e tristeza...
Para aquela situação não havia solução,
E vê-lo dentro do caixão foi uma despedida cruel
demais...
Parceiro, cúmplice, leal..
Safado, sem vergonha, arteiro... (rs)
Amigo... irmão... parte de mim naquela noite eu perdi.
Ainda choro ao ver fotos,
E me lembro com saudade enorme daquele cara que me
arrancava sorrisos...
Morro de vontade de tê-lo aqui,
E vivo a eterna saudade...